domingo, junho 22, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 84

para poemas simples

;só as palavras me acodem
só as manhãs  me acordam;

nota:

será poema suspenso na atmosfera;

à realidade questionável haverá um interrogatório necessário
porque
nos berços da realidade movem-se factos insólitos

a entropia dos desejos
junto às necessidades aglomeradas 
na base das pirâmides

dão asas 
às revoluções das palavras
nos escombros da poesia

todo o Sol nascerá duma esponja.




sábado, junho 14, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº 83


para poemas simples


;em comoção me disperso nesse lugar de vozes da terra;


Nota:

para esta poesia
o  poeta  obrigatoriamente tem que ser agricultor

fazer versos com folhas de alface
regar as plantações ao luar fulvo das emoções

entre uma plantação e um desejo
aliviar o futuro sem remorsos

na frescura dos cânticos zimbrados
acolher  as doídas vozes dos pássaros

e, ao correr das fontes migratórias
versejar, versejar, versejar!  




segunda-feira, junho 09, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


 Nº 82

 para poemas complexos:


;na porosidade do tempo construo a memória retalhada;

Nota:
deve ser um poema sobre a memória que habita na água


tópicos;


- véus do corpo sobre a água salgada...

- na inebriante escassez de luz 
  revolteiam borboletas num caixão...

- a azafama da luz
  nos poços da razão...
  - deixam...?

-  dos muros da minha saudade
   soltam-se velozes versos...

- nasce  do poema o tempo
  no sal da minha fantasia...

- cresce em segredo a nua voz
  dos reflexos da calçada...

- deixo que o tempo se desfaça 
  debaixo de palavras de prata...

- todo o lagar de som
  que trago no peito voando
  são alertas que vou deixando
  no solo de algum dom  


quinta-feira, junho 05, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº81

para poemas complexos


;entre o amor e a poesia qual é a divida?;


Nota:

a curiosidade deste poema será a desocultação das proposições:

1 - a poesia é a divida do amor?

2 - o amor é a divida da poesia?

3 - quando o amor nasce,
     ainda que invisível na cal da parede,
     deixará o corpo na incerteza da sua transparência,
     ou, a consciência desta incerteza torna o corpo opaco?

4 - a divida é a exaltação do luar 
     quando a noite purga os devaneios queixosos?

5 - os afectos que as rosas lembram
     cinzelados pelos sopros dos queixumes
     deixam em divida as lembranças amargas?

6 - etc, etc. etc e tal!



segunda-feira, junho 02, 2014

Mostruário de Títulos para Poemas


Nº80


para poemas complexos

; do que o belo nos diz
 é sobre um naufrágio no universo"

Nota:

poema extremoso
cheio de dádivas solenes e umbilicais

um exemplo, talvez em forma de soneto:

no sério estou por quanto no belo também
adejo e encontro das palavras estrelas,
vozes que se perdem em segredos de desdém
por sobre os mastros das grandes velas

os escondidos astros  que à luz se escondem
dentro das oceânicas noites em perfume
impérios brutais - vozes do espaço alem
das flores, sementes e algum estrume

todo o belo é uma grande viagem
sem desertos nas longínquas vistas
que em dias solenes de estiagem

dói, ver pintados sóis em perdidas  revistas
dói, sentir da alegria só a volátil paisagem
dói, o quanto por ser só belo nos contrista