Domingo saturado de mordomias cinzentas, um abraço cruzado com dores, o Megatério, hospital de ternuras azedas.Um pequeno corredor no grande palácio da febre. Não há perfumes na atmosfera, uma sombra na mente percorre o corpo desassossegado. Estou sentado e escrevo. A noite aguarda a minha presença - há frescura que chega lentamente. Desta arte enumero os sintomas que percorrem todo o meu cascabulho, braços e mãos incluídas, pés soletrando incertezas em gestos pendulares activam os recursos, o cérebro roendo palavras. Escrevo. - Um enxame de abelhas encapeladas no início da tripa, um ardor qual engolimento de três pipas de vinagre goela abaixo, imagino!.., meter as nádegas num balde de gelo?..., atear um contra-fogo?...,talvez um pouco de lixa, grossa!...; esperando num pequeno corredor escuro, algures nas entranhas do Dinossauro, pelo médico. Era domingo mas não havia tempo para arrumos no coração. - temos que operar! Estou sentado e vou escrevendo, isto, agora recordado: - um poeta que se preze tem que incendiar o cérebro dos transeuntes Sala verde e um balanço para a eternidade, a indómita beleza do vazio. Deita-se uma pessoa na marquesa com a lucidez inteira das papilas, sem venenos na língua, sem filas de borboletas nos olhos. O tecto, e...quando faço a operação? - já fez! Nada de enternecidas visões ou esmolas para novos impulsos -- o mundo esmera-se em fabricar vantagens e apagar agonias -- está tudo certo na infinita clareza do devir. Estou sentado e escrevo: como pode um cérebro destronar a sua própria ignorância, a vontade de existir fora dum tempo que nos envolve, aventurar-se em conformidade com o soletrar da esvaecida unidade? há azafamas que escondem ao entendimento os caminhos evanescentes, moléculas da vontade que caminham em direcção ao sol! Encontro no caderno:- Não me invejam as filosofias que abandonam os passos do dia-a-dia inventando transcendências em cada laranja que cai É com estes nadas que endireito a coluna vertebral -- posso ficar seco nos lábios mas a amargura que envolve os olhos desagua em sorrisos nas orelhas -- é isso que os aparatos das amostras desenham nos sorrisos da boca; procurar na pele os doces que me embebedam, -- não há nada que seja exactamente nada, -- uma flor murcha já não é uma flor, é aquele calor que se apagou quando o sol ainda brilhava. dizeres embalsamados pela literatura onde se esconde o cio das,