segunda-feira, outubro 02, 2017

ó la ré ó la rá



ó la ré  ó la rá


a alegre rapaziada
com uma verve umbilical
vê oiro onde não há nada
com saltinhos de pardal

a alegre rapaziada
com olhar manso de festa
vive toda enfeitada
com virtual dedo na testa

está acima de tudo
é herói no seu quintal
é nua figura de Entrudo
nas mãos do grande capital

mas disso não cura a razão
dizendo dos avós que são cotas
- e vão ao fundo do caldeirão
raspando àqueles muitas notas

a alegre rapaziada
com enfeites de sapatilhas
está no jogo da pazada
e é tição das armadilhas

esperneia o dedo no ecrã
dá voltas ao açúcar na cabeça
- e por não ser coisa vã
dou daqui a minha bênção